sexta-feira, 11 de março de 2011

MICROCRÉDITO ATENDE 128 MI DE FAMÍLIA NO MUNDO

WALESKA LIMA
ASCOM/BNB

O microcrédito beneficiou, em 2009, mais de 128 milhões de famílias dentre as mais pobres do mundo, que se encontram abaixo da linha da pobreza ou vivem com menos de 1 dólar por dia. Se for considerada uma média de cinco pessoas por família, a previsão é a de que estes microempréstimos atingiram 641 milhões de pessoas, quantidade superior à população da União Européia e Rússia, juntas.
A informação consta no relatório da Microcredit Summit, uma campanha que une pessoas e instituições que trabalham para disseminar as melhores práticas de microfinanças em todo o mundo. Nos 12 anos de atuação da Campanha, o número de famílias muito pobres com um microempréstimo já cresceu mais de 16 vezes. O relatório está disponível para download no endereço http://bit.ly/gPb9bQ (em espanhol) e contém informações coletadas de mais de 3.500 instituições de microfinanças.
Segundo a Embaixadora dos Estados Unidos para os Assuntos da Mulher, Melanne Verveer, mais de 81% das pessoas muito pobres que receberam microempréstimos foram mulheres bastante adimplentes e que investem seus lucros na família e na comunidade. Isto equivale a mais de 100 milhões de pessoas.
O documento também anuncia a criação do Selo de Excelência para Alcançar os Pobres e Transformar as Microfinanças, que reconhecerá as instituições que fazem todo o possível para ajudar as famílias a sair da pobreza.

Banco do Nordeste

No Brasil, o Banco do Nordeste participa da campanha por meio de seus dois programas de microfinanças. O programa de microcrédito urbano, Crediamigo, foi responsável por 1,6 milhão de operações de microcrédito, somente no ano passado, com desembolsos num montante de R$ 2,1 bilhões. Já o programa de microcrédito rural, Agroamigo, desembolsou mais de R$ 590 milhões na economia nordestina, em 2010. O montante representa crescimento de 34,5% em relação a 2009 e foi distribuído em mais de 320 mil operações.

Estudo coordenado pela Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), de autoria do professor Marcelo Neri publicado em 2008, concluiu que mais da metade (60,8%) dos clientes do Programa Crediamigo saíram da linha da pobreza e deixaram para trás sua condição de miserabilidade, 35% aumentaram seus rendimentos e 15 % aumentaram seu consumo.

Público feminino

Público feminino

As mulheres representam mais de 65% da carteira de clientes do Programa Crediamigo, que desenvolve ações diferenciadas para este publico, como a realização de eventos especiais de mobilização das empreendedoras e o acompanhamento do desenvolvimento dos seus empreendimentos.

Para o Crediamigo, as mulheres são fundamentais para a expansão e cumprimento de seus objetivos. “Elas são batalhadores e, em sua grande maioria, acumulam os papéis de chefe das famílias e empreendedoras. Boas pagadoras e muito solidárias, elas geram e distribuem a renda na família e fortalecem o empoderamento das comunidades”, afirma a superintendente de Microfinança Urbana e MPE do Banco do Nordeste, Anadete Torres.

Caso de Sucesso

Um exemplo é Marialda Gualder, moradora da cidade de Fortaleza e cliente do Crediamigo há 5 anos. Antes de ter acesso ao crédito, ela vendia bombons como ambulante em frente a uma casa de show da capital. Comprava fiado e não tinha uma diversidade de produtos para oferecer.

Quando teve acesso ao seu primeiro financiamento, Marialda abasteceu sua banca com vários produtos e estocou o resto em casa. Como estava abastecida e tinha estoque de sobra, começou a distribuir mercadorias para seus concorrentes, que enfrentavam dificuldades para comprar mercadorias por falta de prazo e capital de giro.

“O Crediamigo me ensinou a ser empreendedora e a ter garra. Mulher de garra que com R$ 300,00 transformou seu estoque de R$ 200,00 em uma atividade comercial forte, com mais de R$ 20.000,00 de mercadoria.” Orgulha-se Marialda.

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