Os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear para salários, pisos e
benefícios de 6%. A proposta passa longe da reivindicação dos trabalhadores que
pedem 10,25%, sendo 5% de aumento real. "As expectativas que eles (bancários)
demonstram estão fora da realidade que a economia está vivendo. Este ano a
economia está muito indefinida. Precisamos de certa cautela para fazer acordos",
justificou o diretor de Relações de Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas
Apostólico.
Na noite desta segunda-feira (17), os bancários voltaram a se reunir em
assembleias para organizar a greve que começa terça-feira. "Hoje, as assembleias
não vão apreciar nada; são meramente organizativas. Avisamos desde o dia 05 e
até o momento não recebemos nenhuma nova proposta", disse o presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos
Cordeiro.
"Eles estão querendo ver o tamanho da greve. No ano passado, de 18 mil
agências, chegamos a 10 mil paralisadas. A expectativa é de mobilização no
mínimo igual a do ano passado", afirmou Cordeiro. Em 2011, os bancários
conseguiram reajuste de 9%, com 1,5% de aumento real. "Neste ano, o que eles
ofereceram dá só 0,58% de aumento real", diz o presidente da Contraf.
Apostólico contesta a avaliação dos bancários de que a Fenaban não está
disposta a negociar: "Nós dissemos a eles: avaliem a proposta, vejam se existe
alguma coisa que precisa ser feita de forma diferenciada, que nós levaremos aos
bancos". De acordo com ele, a Fenaban está disposta a fechar acordo com os
bancários, mas tem limitações. "Temos uma convenção coletiva bastante cara com
muitos benefícios. É possível evoluir, mas não é possível fazer grandes saltos",
afirmou. "Greve é ruim para banco, bancário, população. Nós estamos saindo de
uma série de greves ao serviço publico e gostaríamos de evitar isso (a
paralisação)", disse Apostólico.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores pleiteiam mudanças na
participação nos lucros e resultados (PLR) e em outras questões econômicas. A
proposta da Fenaban foi de PLR de 90% do salário acrescido de valor fixo de R$
1.484,00, podendo chegar a 2,2 salários de cada empregado. A reivindicação dos
bancários à Fenaban é de PLR de três salários mais R$ 4.961,25 de parcela fixa.
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão
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