Estudo publicado pelo Sebrae Minas estima que o estado vai receber
mais de R$ 47 bilhões em aportes nos próximos dois anos. As projeções de
investimentos concentram-se no setor industrial, com R$ 31,6 bi, e contemplam
todas as regiões de Minas Gerais. A previsão é que o setor de serviços receberá
aportes de R$ 9,7 bi, enquanto o agronegócio ficará com R$ 3,5 bi e o comércio
com R$ 2,2 bi.
“Esse não é um número fechado. Ele pode ser maior porque ainda temos
os investimentos que serão anunciados. Fizemos uma compilação de todos os
aportes confirmados para os próximos dois anos, até março de 2017”, esclarece a
analista de inteligência empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia. Para o
levantamento, o Sebrae Minas considerou as informações sobre investimentos
divulgadas pela imprensa nos últimos meses.
O levantamento aponta que setores tradicionais da economia mineira,
como a indústria automobilística e de fertilizantes – a mineração ainda
concentra a maior parte dos recursos - perderam espaço para outros em ascensão,
como os setores de energia e de infraestrutura de transportes - sinais da
diversificação da economia mineira.
De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico
(Sede), os setores que têm despertado mais dos investidores privados são:
alimentos e bebidas, energias renováveis, indústria química, farmacêutica e
cosmética, comércio e e-commerce e eletroeletrônico. Em 2014, eles foram
responsáveis pela maioria dos 180 protocolos assinados com o Estado, no valor
total superior a R$ 12 bilhões.
Ainda segundo a Sede, grandes grupos empresariais como a Nestlé,
Itambé, Walmart, CSN e Embaré já anunciaram para este ano a concretização de
projetos de expansão com o apoio do governo estadual. A expectativa da Sede é
que os investimentos em 2015 superem os de 2014, mesmo diante de um quadro de
baixo crescimento.
Recursos divididos
Entre os investimentos, destaca-se a construção de um novo centro de
distribuição do Walmart na região Central. Embora essa região continue a
receber a maior fatia dos aportes, o estudo indica que as demais também vão
atrair grandes novos negócios.
Um exemplo é a região do Rio Doce que, depois da Central, é a segunda
na lista das que vão receber mais investimentos industriais: estão previstos
mais de R$ 3,6 bilhões. Somente a siderúrgica Aperam South América vai investir
na fábrica em Timóteo o montante de US$ 17 milhões.
O Sul de Minas vai ser beneficiado com a expansão da sua indústria
alimentícia. Até o momento, foram confirmados os investimentos da Ferrero do
Brasil, no valor de R$ 54 milhões, em Poços de Caldas, e do Grupo Danone, que
vai construir uma nova fábrica na mesma cidade, destinada à divisão de nutrição
infantil.
O Triângulo Mineiro, por sua vez, vai receber quase que a totalidade
dos aportes voltados para o agronegócio - mais de R$ 3 bilhões. Destaca-se,
ainda, que o Triângulo Mineiro, bem como o Noroeste, Norte e vales do
Jequitinhonha e Mucuri, podem receber vultosos investimentos do setor de
energia solar por causa da quantidade e intensidade da luz do Sol.
Neste ano, vai ser realizado o primeiro leilão estadual de energia
solar fotovoltaica. A iniciativa vai viabilizar a instalação de, no mínimo,
seis parques fotovoltaicos, com investimento total estimado em R$ 1 bilhão,
além do desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva.
Atração de investimentos
O Governo de Minas Gerais tem trabalhado para tornar o Estado cada vez
mais competitivo, com um ambiente seguro e propício aos investimentos privados.
Para isso, o Estado conta com linhas diferenciadas de financiamento, oferecidas
pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), além de uma agência
específica para atração de investimentos em todo o Estado, o Instituto de
Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi).
A Sede já possui alguns projetos para aumentar a atratividade de Minas
Gerais junto ao empresariado brasileiro e estrangeiro. A grande ação da pasta
será a criação de políticas de desenvolvimento para o estado. Anteriormente, as
atividades eram voltadas quase que exclusivamente para a Região Metropolitana
de Belo Horizonte. A proposta, agora, é compreender as realidades de cada um
dos 17 territórios de desenvolvimento e construir políticas que atendam, de
fato, as necessidades dos mineiros.
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