Andréa Fróes
Os Presidentes da Sociedade Rural e do Sindicato Rural, Osmani Barbosa Neto e Ricardo Laughton, estão em Brasília-DF, hoje, quarta-feira (22), para se reunir com lideranças políticas, deputados federais e Ministros. Um dos Deputados Federais que vai se encontrar com os ruralistas é José Silva (PDT). Além dele, Osmani e Ricardo têm audiência com Caio Rocha, Secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Laudemir Muller, da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrario.
Dentre os assuntos da pauta, estão à seca, no Norte de Minas; a reabertura da unidade regional do MAPA, em Montes Claros; e a 39ª Expomontes. “Já temos bastante apoio do Governo de Minas. Agora nosso foco é a União”-, diz Osmani.
Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), 122 Municípios mineiros já decretaram situação de emergência em virtude da falta de chuva. “Por causa desses números e dos relatos dos produtores, nós não podemos cruzar os braços e ficarmos à espera da água. Temos que viabilizar medidas emergenciais para que o povo da região, castigada pela seca, não tenha mais prejuízos”-, finaliza Osmani.
Arcanjo Marques, Extensionista da Emater-MG, afirma que por causa do longo período de estiagem de 2012, o prejuízo foi grande para pequenos, médios e grandes produtores. “Somente para os agricultores familiares de Montes Claros os estragos chegam a R$ 6,4 milhões”-, explica. Ainda de acordo com Arcanjo, 80% da safra foram descartadas, o que comprometeu toda a atividade agropecuária da região. De janeiro a julho, foram mais de 130 dias de chuva. Neste espaço de tempo, foram registradas chuvas ocasionais em abril, mas irrelevantes para a agricultura.
A reativação do escritório do MAPA na maior cidade do Norte de Minas é outro ponto que vai ser discutido. A Unidade atendia a aproxidamente 300 estabelecimentos na região há mais de 40 anos e foi desativado em maio deste ano. Osmani afirma que o MAPA é de suma importância para o Norte de Minas, território importante também para o agronegócio do Brasil. “A unidade deixou a região carente da presteza desse órgão federal e o mais próximo fica em Belo Horizonte, a mais de 400 quilômetros da cidade. Precisamos dos serviços prestados pelo MAPA, pois temos inúmeros empreendimentos ligados ao setor, além do Norte de Minas ter se tornado um celeiro do agronegócio brasileiro. Podemos citar como exemplo, o Projeto Jaíba, a Nestlé, Vallée, produção de sementes, produção de carvão, rebanho estimado em 2 milhões de cabeças e uma grande produção de cachaça”-, comenta Osmani.
O universo do agronegócio, em grande parte, depende do MAPA para executar atividades de sanidade vegetal e animal; inspeção de produtos de origem vegetal e animal; fiscalização sanitária agropecuária; vigilância sanitária agropecuária; desenvolvimento agropecuário; fiscalização de insumos agropecuários; promover, orientar e acompanhar a execução e executar as atividades relativas ao desenvolvimento da agroecologia e dos sistemas orgânicos de produção; realizar inspeções e fiscalização relacionadas à produção orgânica, bem como no atendimento ao administrado e as empresas fiscalizadas. “Por causa dessa importância unimos esforços e vamos, com urgência, tentar uma alternativa de reabrir a unidade em Montes Claros”-, comenta.
A 39ªExpomontes também é um dos motivos da ida a Brasília-DF. “Vamos buscar parcerias técnicas e financeiras, juntos aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento Agrário, para potencializar a maior Mostra Agropecuária do Brasil. Isso significa o pleito de recursos para aumentar, por exemplo, o espaço de exposição e de produtos da agricultura familiar, implantada há duas edições na Expomontes”-, garante.
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